sábado, 6 de setembro de 2014

Pós-modernismo

Pode ser definido como as características de natureza sócio-cultural e estética, que marcam o capitalismo da era contemporânea, portanto esta expressão pode designar todas as profundas modificações que se desenrolam nas esferas científica, artística e social, dos anos 50 até os dias atuais.

Este movimento, que também pode ser chamado de pós-industrial ou financeiro, predomina mundialmente desde o fim do modernismo. Ele é, sem dúvida, caracterizado pela avalanche recente de inovações tecnológicas, pela subversão dos meios de comunicação e da informática, com a crescente influência do universo virtual, e pelo desmedido apelo consumista que seduz o homem pós-moderno.
Não é fácil, porém, definir exatamente o sentido deste termo, seu alcance e, principalmente, os limites temporais, pois os pesquisadores carecem justamente do imprescindível distanciamento histórico para melhor analisá-lo, o que é muito difícil, já que o Pós-Modernismo é um processo ainda em desenvolvimento no contexto histórico em que vivemos.
Alguns pesquisadores, como o francês Jean-François Lyotard, consideram que a Ciência perdeu muito de seu crédito como geradora da verdade absoluta, portanto este processo contemporâneo é qualificado igualmente como o sepulcro de todas as justificativas e assertivas imperativas. Nada mais é certo, tudo é relativo e impreciso. Já o marxista Fredric Jameson crê que este período histórico nada mais é que a terceira etapa do capitalismo.
O Homem pós-moderno habita em um universo imagético, repleto de signos e ícones, privilegiados em detrimento dos objetos; a simulação substitui a realidade, e elege-se o hiper-realismo - também conhecido como foto-realismo, e que pretende transpor para o universo das imagens uma realidade objetiva – como expressão máxima da contemporaneidade e das incertezas humanas.
O hiper-realismo, porém, sendo uma condição ilusória, entra em choque com a existência cotidiana concreta, o que provoca na psique do Homem uma certa perturbação, pois em um determinado momento é difícil estabelecer as fronteiras entre real e ficção. Esta técnica pode, facilmente, driblar a vigilância tanto do emissor da mensagem, quanto de seu receptor, que perdem, assim, o domínio sobre ela. Este é o universo da espetacularização do noticiário, o qual é, muitas vezes, distorcido em benefício do show protagonizado pela mídia.
Tudo é fluido na pós-modernidade, daí o termo preferido pelo polonês Zygmunt Bauman, que tornou popular esta expressão, e prefere traduzi-la como ‘modernidade líquida’, uma vez que nada mais é realmente concreto na era atual. Tempo e espaço são reduzidos a fragmentos; a individualidade predomina sobre o coletivo e o ser humano é guiado pela ética do prazer imediato como objetivo prioritário, denominado hedonismo.
A humanidade é induzida é levar sua liberdade ao extremo, colocada diante de uma opção infinita de probabilidades, desde que sua escolha recaia sempre no circuito perverso do consumismo. Daí a subjetividade também ser incessantemente fracionada. Resta saber por quais caminhos se desdobrará o Pós-Modernismo, se ele também sofrerá uma ruptura inevitável, se será, enfim, substituído por outro movimento sócio-cultural.

Leine A. Garrefa, Caroline Cardoso, Ana Paula, Mariana Valteman.

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