Pré-modernismo (1902-1922)
A nossa viagem pelo mundo da Arte Moderna Brasileira começa com o período que antecedeu à Semana de Arte Moderna, que se denominou de Pré Modernismo. No final do século XIX, em meio à conturbada euforia político-social da Abolição da Escravatura e da Proclamação da República, começa o desenvolvimento e a transformação urbana e arquitetônica das cidades de São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belém além da inauguração de Belo Horizonte. Os artistas desse período começam a valorizar as pinturas naturalistas, ansiosos por retratar essa realidade em mutação, principalmente figuras humanas e cenas do cotidiano. Almeida Júnior e Eliseu Visconti foram dois artistas que souberam representar bem esta fase.
Este movimento teve início em 1902, com a publicação do livro Os Sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça Aranha. Marcado como um período de transição, onde podemos encontrar tanto características conservadoras, originárias do parnasianismo e simbolismo, como obras focadas na realidade brasileira da época, com um caráter mais moderno. Os movimentos não se sucederam, eles passaram a coexistir.
Essa nova arte aparece inicialmente através da atividade crítica e literária de Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e alguns outros artistas que vão se conscientizando do tempo em que vivem. Oswald de Andrade, já em 1912, começa a falar do Manifesto Futurista, de Marinetti, que propõe “o compromisso da literatura com a nova civilização técnica”. Mas, ao mesmo tempo, Oswald o escritor alerta para a valorização das raízes nacionais, que devem ser o ponto de partida para os artistas brasileiros.
Assim, cria movimentos, como o Pau-Brasil, escreve para os jornais expondo suas idéias renovadoras de grupos de artistas que começam a se unir em torno de uma nova proposta estética. Nesta época, vigorava o academicismo na Escola de Belas-Artes, passando despercebida a exposição feita em 1913 pelo lituano Lasar Segall. Três anos mais tarde, a pintora Anita Malfatti estava de volta ao Brasil, adulta e madura, sentindo-se suficientemente segura para expor sua nova concepção de arte, voltada para o Expressionismo.
Confiante com os comentários favoráveis de amigos e, particularmente, do crítico Nestor Rangel Pestana, assim como nas palavras de incentivo de modernistas como Di Cavalcanti e outros, Anita não hesitou em reservar um espaço nas dependências do Mappin Stores, e em 12 de dezembro de 1917, realizou uma única exposição de seus trabalhos.
A exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica com os adeptos da arte acadêmica. O mais forte foi um artigo de Monteiro Lobato, para o jornal O Estado de S. Paulo, intitulado: “A propósito da Exposição Malfatti”, da edição de 20 de dezembro de 1917, onde ele fez duras críticas ao trabalho modernista da pintora.
Em posição totalmente contrária à de Monteiro Lobato estaria, anos mais tarde, Mário de Andrade. Suas idéias estéticas estão expostas basicamente no “Prefácio Interessantíssimo” de sua obra Paulicéia Desvairada, publicada em 1922.
Essa divisão entre os defensores de uma estética conservadora e os de uma renovadora, prevaleceu por muito tempo e atingiu seu clímax na Semana de Arte Moderna realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
Andria,Emilly,Jéssica e Luísa
Fonte: http://proartegaleria.wordpress.com/pre-modernismo-1902-1922
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